quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

De malas prontas... A Viagem.


Tenho e sempre tive a convicção de que esta vida aqui é uma estação de uma longa viagem, de origem e destinos desconhecidos. 
Mas todas as vidas, a minha, a tua, a de todos, passam pelo mesmo caminho que leva ao crescimento humano e espiritual.
Tem quem queira prosseguir a viagem.
Tem quem queira passar voando pela estrada.
Tem quem queira interrompê-la abruptamente.
Tem quem passe alheio a tudo, até mesmo à vida.
E esse aí não vive, na verdade... passa o tempo inteiro da viagem sentado à beira do caminho.
Sem aprender, sem progredir... sem crescer. Não viaja , nem vive...só sobrevive.
Para alguns a viagem é curta ... nem chega a desembarcar, embarca de volta.
Há quem leve na bagagem experiências ruins e aprende com elas. 
Noutras bagagens as experiências ruins transformam-se em peso... pesam muito, transformam-se em mágoa e transformam-se em doenças.
Na minha bagagem, as experiências ruins transformam-se em aprendizado, tornando-as mais leves.
Na minha estrada observo cada pedrinha do caminho. O Sol, a chuva, as folhas, as plantas, animais.
Sou feliz por viver, por respirar, andar, ver, poder falar, ter corpo perfeito, cérebro a funcionar, mente que trabalha. Observo especialmente o ser humano e as suas vestes.
Não as vestes do corpo...porque são irrelevantes. Mas as da alma.
A veste da cultura pode encobrir uma personalidade bronca, rude, vazia, egoísta.
O ouro, a riqueza... podem encobrir a pobreza extrema do espírito.
Em contrapartida a veste da simplicidade pode encobrir um espírito de um estado de nobreza intocável, subtil, de uma elevação indescritível.
O final do ano é tempo de repensar. Reavaliar o que foi feito durante um ano inteiro e sobre o que pretendes mudar.
O Ano Novo é hora de novos sonhos, novas auto-propostas.
Não adianta sonhar, ter um reveillon maravilhoso, se não houver um reveillon íntimo. 
Roupas novas não vão vestir nem o meu nem o teu futuro.
Não importa se vou passar de branco, de prata, numa festa em família, a ver fogo de artificio... com champanhe, num lugar chique, na montanha, à beira da praia ou num barracãozinho.
Nem o cenário nem o figurino são essenciais.
Não importa se vou pasar o ano a dormir.
Só não posso dormir mais um ano.
Fechar os olhos aos meus objetivos, às minhas metas, ao meu melhoramento.
Se eu fizer isso não será um ano novo. Não será nada além de “mais um ano velho”.
Fecho o ano a agradecer.
Agradecendo a chance de existir, de respirar, andar, ver... Ter tido o privilégio de ser trazido à terra pelos meus anjos: pai e mãe.
Ter uma família especial, ter tido uma infância de sonhos e oportunidade de aprendizado de vida, de valor imensurável.
Oportunidade de ter saúde o bastante para dar vida a outras vidas.
Oportunidade de trabalho sob todos os ângulos.
Pela oportunidade de queda que ensina a levantar... pela oportunidade de enganos, para aprimorar escolhas.
Pela tentativa constante e incansável de manter as mãos e coração limpos.
Pela presença de pessoas que amo e que me amam também.
E o presente de amigos “presentes”, os mais distantes, os de sempre e os que chegaram de surpresa.
Estou pronta para me revisar... reavaliar . 
Estou de malas prontas.
Faz as malas também... deixa para trás o que não conseguiste melhorar.
Melhora-te, melhora a vida de quem puderes... melhora o teu jeito de olhar e agir com o outro, com o mundo.
Segue em frente e boa viagem!

(Magaly Reinaldo - adaptado)

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