segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Caminho do Mago - 2ª Lição


O Regresso da Magia só pode acontecer com o regresso da inocência.
A Essência do mago é a transformação.

"(...) Antes de ser encoberta, a inocência é o nosso estado natural. O que a cobre é a nossa própria imagem. Quando olhamos para nós próprios, mesmo tentando ser completamente honestos, vemos uma imagem que foi construída ao longo dos anos em camadas complexas e entrelaçadas. As linhas e rugas que se desenvolvem no rosto de uma pessoa contam a história da felicidade e das tristezas passadas, dos triunfos e das derrotas, dos ideais e das experiências. É quase impossível vermos outra coisa.

O Mago vê-se a si próprio para onde quer que olhe porque a sua visão é inocente. Não está enevoada por juízos, rótulos ou definições. Um Mago sabe que tem um ego e uma imagem de si próprio, mas não se distrai com esse tipo de coisas. Vê-as em relação à totalidade, em relação ao contexto total da vida.
O Ego é o <eu>. É o seu ponto de vista singular. Na inocência este ponto de vista é puro, como uma lente clara. Sem a inocência, a focalização do ego fica extremamente distorcida. 

Como não tem rótulos para as coisas, o mago vê-as limpas. para ele não existe pó na lente e, como tal, o mundo resplandece de novidade. Em tudo se ouve a mesma canção: <Contempla-te.> Deus poderia ser definido como alguém que olha à volta e se vê apenas a si próprio em todas as direcções. Na medida em que fomos criados à sua imagem, o nosso mundo também é um espelho.   

O Mago nunca vê a mesma coisa 2 vezes da mesma maneira. Assim, ao olhar para uma floresta, não fica tão absorvido ao ver um veado, mas sim com a alguma nova faceta do seu ser: suavidade, graciosidade, timidez ou delicadeza. Quando o olhar está fresco, qualquer um pode ver estas qualidades. Desdobrando-se como pétalas de uma rosa. É preciso ser paciente e vale a pena esperar. A nossa inocência é a única flor que existe. Nunca murcha e, como tal, o mundo também nunca murcha.

O segredo para ver inocentemente é olhar de um novo ponto de vista: aquele que não está condicionado pelo que esperava ver.  
Os teus olhos dão vida ao que vêem. Cada olhar que lanças fora da janela coloca a semente do nascimento na criação.
<Vê inocentemente e dá vida.> Este é o credo mágico que rege a vida de Merlin. Os mortais acharam dificil assimilar algo tão simples, pois ia contra o seu juízo mais profundo que diz: <O mundo está primeiro e eu depois.> Mas nós não estaríamos vivos se um ser inocente não nos tivesse visto. Foi esse o acto que plantou a semente de todo o universo. Foi o acto de amor. Achará novamente a sua inocência quando puder ver o amor que respira em cada partícula da criação. (...)"

in O Caminho do Mago
Deepak Chopra  

Sem comentários:

Enviar um comentário