terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O Amor não deve ser uma obrigação...


O amor não deve ser uma obrigação; no momento em que fazes dele uma obrigação, ele torna-se artificial, superficial. Não chega nem à profundidade da pele.

O pai diz: "Ama-me porque sou o teu pai". Ele está a dar um motivo para o filho amá-lo, como se o amor precisasse de motivos. Os pais não criam situações em torno das quais a criança espontaneamente desabroche numa pessoa amorosa; eles apenas impõem a ideia.

Se a criança não sente amor naturalmente, sente-se culpada — porque não ama a mãe ou o pai, e isso é ruim, não é assim que as coisas deveriam ser. Ela começa a condenar-se.

Se tentar amar só para evitar a culpa, o filho sabe que isso é hipocrisia, mas tem de aprender a hipocrisia porque precisa sobreviver. É uma questão de vida ou morte para ele. Ele tem de amar também os irmãos e as irmãs, os tios e as tias.

Tem de amar, e esquece completamente que o amor poderia ter tido um crescimento natural. Agora o amor tornou-se um dever, uma ordem a ser cumprida. Por isso, o filho vai cumprindo.

Esse gesto torna-se vazio e acaba convertendo-se no padrão para toda a vida.

Osho, em "Meditações Para o Dia"
Imagem por Olivier GR

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