segunda-feira, 25 de julho de 2011

Se não tivesse o Amor...

Eu poderia falar a língua dos homens, como testemunho da cultura, e dos anjos, cantando louvores, mas, se nos pensamentos, palavras, gestos, actos e atitudes eu não revelasse amor no nobre testemunho expresso pela verdade da minha alma, esses pensamentos apenas projectariam as sombras no universo de muitas vidas; essas  palavras seriam vãs, porque estariam ao serviço da mentira manifestando a hipocrisia ; esses gestos não estariam exemplificando virtudes; esses actos não poderiam dignificar uma existência; e essas atitudes não teriam o mínimo valor, porque não estariam a revelar a verdade na plenitude do amor...
  Eu até poderia ser caridoso a ponto de distribuir muito do que tenho com os pobres, mas se não soubesse ser
generoso para dar a todos, de maneira incondicional, um pouco do que sou em termos de respeito a fraternidade,
 não estaria a investir no património da alma, pois o mérito da acção está na directa dependência da verdade implícita na intenção...
 Eu até poderia entregar o meu corpo para ser queimado, mas se não soubesse entregar a minha alma para expandir o
 amor alcançando corações carentes, nada me adiantaria, pois o que importa não são promessas a abstrações, mas,sim, justos ideais e firmes acções...
O amor sabe ser tolerante, porque respeita as limitações do outro; sabe ser bondoso, porque se realiza concientemente no sincero acto de doar, sem precisar de ninguém, absolutamente nada a cobrar...
  O amor não é ciumento, porque não cria vínculo de posse, mas, sim, fortalece os laços de solidária entrega na livre comunhão de mútua confiança...
 O amor não é orgulhoso, não é egoísta, porque sabe investir no vasto património da alma, quando dá, e não se torna pobre, quando pede...
   O amor não é vaidoso, porque num gesto simples de carinho, e em atitudes nobres de doação, aprende a ser efémera a beleza do corpo, quando se ampara na estética, e eterniza o encanto da alma, quando se nutre da ética.
   O amor não é grosseiro, porque compartilhando sentimentos, descobre a maneira fraterna de harmonizar emoções...
  O amor não se irrita, porque capacita a alma para exercitar a paciência, a serenidade, a tolerância, quando ensina que conflitos de idéias não significam necessariamente, uma hostil divergência de ideais...
     O amor não cria expectativas de cobranças, nem exigências de retorno, pois significa no
      testemunho livre da sincera doação, e quem o sabe receber, guardando-o na firme memória de eterna gratidão!!!
 O amor não fica magoado, porque aceita o outro no nível da sua própria limitação, exercitando, se necessário, em quaisquer circunstâncias, a forma humana mais sublime de generosidade; aquela que é materializada através do
    consciente gesto de irrestricto perdão!
 O amor não se alegra com o mal dos outros, porque, envolvido no trabalho fraterno de compartilhar sentimentos, minimizando tristezas e energizando esperanças, preocupa-se em contribuir para rever novas e luminosas conquistas,
a partir de velhas e sombrias perdas...
 O amor legítimo tem as suas raízes nas sementes de puras verdades; e por esta simples razão, sempre colhe, não apenas no clima ameno de doces primaveras, ou no calor dos alegres verões, mas, também, nas sombras de tristes outonos e de frios invernos, não os frutos amargos da hipocrisia, mas, sim a sazonada seiva do real afecto que
     alimenta a alma...
   O amor nunca desanima, mesmo quando as nuvens prenunciam fortes tempestades, ou caem em grandes vendavais.
   No mar de todas as torrentes, sempre haverá a bússola da fé a conduzir para o porto seguro da bondade, onde existe a âncora que te firma nos luminosos planos da caridade!
   Tudo passa, por ser efémero, fugaz, precário, transitório, temporal; só o amor perdura para dar sentido à vida, reforço à fé, conforto na tristeza, equilíbrio na alegria, esperança na saudade, perdão no ódio, e sinceridade na prece!!!
         Tudo passa, só o AMOR permanece!
  
(Vera Lucia)

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